Delegação maranhense leva força e diversidade à 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

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30/09/2025

Brasília (DF) recebe, de 29 de setembro a 1º de outubro, a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que retorna após quase dez anos de interrupção. Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”, o encontro reúne representantes de todo o país para discutir e propor diretrizes que fortaleçam as políticas públicas voltadas às mulheres.

Caminhos apontados pelo Maranhão

A participação do Maranhão se destaca no evento, fruto de um processo de mobilização que envolveu conferências municipais e a realização da 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, promovida pelo Governo do Maranhão, através da Secretaria de Estado da Mulher (Semu) no último mês de agosto, em São Luís.

Dessa construção coletiva surgiu a delegação maranhense, formada por 91 representantes de diferentes regiões e setores da sociedade civil e do poder público. As propostas elaboradas no estado refletem demandas ligadas à ampliação da rede de proteção, ao fortalecimento de programas de autonomia econômica e ao enfrentamento às diversas formas de violência.

A delegação maranhense é composta por representantes de movimentos sociais, comunidades quilombolas, indígenas, mulheres com deficiência, jovens, trabalhadoras urbanas e rurais, além de lideranças políticas. Essa pluralidade, de acordo com a secretária de Estado da Mulher, Abigail Cunha, traduz o compromisso do Maranhão em garantir que as pautas apresentadas expressem a realidade concreta das mulheres em todo o território estadual.

Abigail Cunha reforçou ainda a importância dessa trajetória. “O Maranhão chega a Brasília com uma delegação diversa e representativa, resultado de um amplo processo estadual. Estamos aqui para garantir que as vozes das mulheres maranhenses sejam ouvidas e transformadas em políticas públicas efetivas. Mostramos que o Maranhão é exemplo de mobilização, de construção coletiva e de compromisso com a vida das mulheres. Esse protagonismo precisa reverberar em todo o país”, afirmou.

Entre as vozes presentes, está a de Thárcylla Wazay’zar, uma das delegadas da sociedade civil, que representa as mulheres indígenas maranhenses. Para ela, a conferência é um marco de escuta e construção coletiva. “Sou mulher indígena do território Canabrava e vim trazer essa representatividade das mulheres indígenas aqui para a Conferência Nacional, que é um momento muito importante para nós mulheres dentro dessa diversidade. Falar de mulheridade também é falar das mulheres indígenas. E é muito importante esse momento, porque depois de 10 anos que tem a conferência, nós, todas as mulheres do país, se reúnem aqui, na capital do nosso país, para debater políticas públicas que vão ser efetivas e que estão sendo construídas com a escuta ativa e sensível, com a representatividade de todos”, afirmou.

Abertura

Durante a cerimônia de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a relevância da participação social como motor das transformações democráticas. “A democracia só se fortalece quando o povo ocupa seu espaço de direito. A voz das mulheres, historicamente silenciada, precisa ecoar em todos os cantos do país para que possamos construir um Brasil mais justo e igualitário”, afirmou Lula, lembrando que a conferência é um espaço de escuta e de formulação de propostas que orientam o governo federal.

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, ressaltou o significado histórico do evento. “Este é um marco fundamental na retomada das políticas públicas para as mulheres. Depois de quase uma década, voltamos a reunir milhares de brasileiras em um mesmo espaço de diálogo e construção coletiva. É aqui que fortalecemos a democracia e reafirmamos nosso compromisso com a igualdade de gênero”, declarou a ministra.

Retomada de um marco democrático

A conferência acontece em um contexto de reconstrução institucional e de retomada da agenda de políticas para mulheres em nível nacional. O espaço de debate reúne lideranças políticas, especialistas, organizações da sociedade civil e milhares de mulheres de todas as regiões do país.

Mais do que um encontro, a 5ª Conferência Nacional se consolida como marco da participação social, reafirmando que a construção de um país mais justo passa, necessariamente, pela escuta ativa e pelo protagonismo das mulheres.